terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A segunda meia-página do primeiro grupo de 5 m-p (de três) da conclusão (X-b)...

... e uma importante correção:

Ao contrário do que aqui partilhei na segunda metade do post de 26 de Março de 2011, e que me norteou aquando a realização da meia-página acima apresentada (III-A-I-2-b), prefiro afinal não desvirtuar conscientemente um texto de Fernando Pessoa.

Gosto mais da nova versão desta m-p (ver mais abaixo), que tem o benefício de seguir outro dos aspectos da génese da heteronímia, aspecto esse que diz respeito directamente ao aparecimento de Ricardo Reis:

«Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis)»(...)«Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir — instintiva e subconscientemente — uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome, e ajustei-o a si mesmo, porque nessa altura já o via».

A expressão «já o via» pode querer dizer várias coisas, mas não decerto que "não o via".

Reponho portanto a verdade do texto com data de 1/2/1914 onde Pessoa se refere a "outro" Ricardo Reis - segundo a descrição acima transcrita, um pré-heterónimo ainda não "arranquado do seu falso paganismo".

Outra consequência positiva desta revisão foi a troca de papéis entre as duas figuras representadas nesse último quadradinho...

... que ganha outro sentido quando comparado com o último quadradinho da m~p III-A-II-1-a (que o quadradinho de texto contextualiza), e que é precisamente o sentido da enigmática expressão «arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente»:

(Por hoje é tudo).

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